Foto by Jennifer Glass

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Olhos fechados

E hoje vai o dia.
Inteiro.
Vadia.
O tempo inteiro.
Teu cheiro incomoda e nada acaba com isso.
Estranho artifício seu.
Louca vontade minha.
Advinha onde paro...
ao teu lado, liberta de tudo.
Me apertas mudo e nos libertamos.
Enganos nosso fracos. Carne fraca.
Entrega.
E depois sou eu quem nega a evidência.
Foi preciso paciência para chegar até aqui.
Será que a tenho?
Te estranho muito.
Num minuto te esqueço.
Em mim você fica.
Pelo menos teu cheiro.

Alvorada Babilônico Lúdica

Vem o dia amanhecendo
Parecendo que está bêbado...
Será que eu estou?
Ontem à noite veio uma fada
me deu pó de guaraná
para eu poder voar.
Pudera eu! (Coitada )...
Voei no livro de Economia.
Vem amanhecendo o dia:
bêbado como o livro,
sóbrio como eu.
Que danço com Morfeu
Nos teus braços, que delírio!
Amanhecendo o dia vem
e eu quero também
bêbada parecer que estou.
Com a certidão do amor
do lado de fora da porta de entrada,
da trama imposta pela nossa nostalgia.
Amanhecendo vem o dia
iluminar nossas certezas,
não são vistas com clareza
(o dia é escuro demais)
No sonho o breu se desfaz...
O dia vem amanhecendo
no jardim do lúdico templo,
que na batida do Jazz
nos mostra que tanto faz
a tal cronologia lógica.
Eu quero um copo de vodka!
Prá embebedar a noite que fez
o dia amanhecendo vem.