Foto by Jennifer Glass

domingo, 27 de janeiro de 2013

Gelada


Com uma chave de fenda
cravada,
no seu coração gelado.
Espirrava substâncias!
Expeliu um gás em meu rosto.
Expressão de desgosto pr mi refletida
Lágrimas, lágrimas, lágrimas....
Matei-te vil e cruelmente,
com chave de fenda e martelo
Você era muito útil:
saciava minha fome,
água fresca para beber.
O funeral custou mil reais!
Pesado penar que vai durar o ano...
Luto!!!
Olhando sua carcaça, em nossa despedida, vejo as escoriações e furos.
Apesar de você ser aberta, com músculos frouxos, consumindo toda minha energia,
alegrou-me tê-la um dia.
Minha eterna geladeira,
Consul280highclass!

Degelo

Na boca o beijo sela.
Sob estrelas
quero tudo.
Emaranhada.
Nos seus pelos
meus apelos
não se escutam.
Quando se vai,
permanece,
e me confundo.
Nos meus poros
tua pele
se transfunde.
Procuro razões para esquecer
mas uma à uma me desfaço.
Quero seu beijo, seu abraço.
Quero tudo o que cabe no amor...
Me toque! (não importa o quanto dure)
Só não jure nada.
O futuro chegará se assim for...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Psico Lírico em Preto e Branco- A Carne

Você pede minhas palavras,
mas de tudo o que me deu
apenas elas me restam.
Me contento com teu resto,
com o pouco que me dá.
Não peço que seja meu
ou me procure com mais frequência...
Te dou minha paciência,
carinho, conversa, tudo.
Te dou meu corpo,
o amor mudo.
Te dou até meu endereço!
Mas pedir para eu dar as palavras é covardia.
Vai que um dia você me esquece...
Então nada restará...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Trama

Ô nêgo,
não nego,
te trago
comigo.
É cedo
é sério
precipito.
Te entrego
o que digo.
Tremo toda
e isso incomoda.
Virou meu castigo.
Atrapalha
a distância.
Atravessam
a garganta
as palavras
soltas
na minha boca.
São poucas,
são tantas...
E a carne
que ferve
percebe
sem jeito,
você me entorpece
e eu te entorpeço.