Foto by Jennifer Glass

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Jorge de Capadócia

Jorge sentou praça na cavalaria.
Eu estou feliz porque eu também
sou da sua companhia.
Eu estou vestido com as roupas
e as armas de Jorge.
Para que meus inimigos tenham maõs
e não me toquem.
Para que meus inimigos tenham pés
e não me alcacem.
Para que meus inimigos tenham olhos
e não me vejam.
E nem mesmo o pensamento eles possam ter
para me fazeram mal.
Armas de fogo,
meu corpo não alcançarão.
Facas e espadas se quebrem
sem o meu corpo tocar.
Cordas e corentes se arrebentem
sem o meu corpo amarrar.
Pois eu estou vestido com as roupas
e as armas de Jorge.
Jorge é de Capadócia.

(Jorge Ben)

Invisível

Eu queria ser a cura
para a loucura que te invade.
Mas sou tão covarde e medroso,
que de teu lindo sorriso
fujo como um rato.
Faz tempo que não te vejo
(quis dizer pessoalmente).
Todas as noites apareces.
Nua, e com a pele tão branca
e macia e delicada e cheirosa...
Me entorpece à tal ponto
que bato a cabeça,
me perco em pensamentos teus.
Quero esquecer-te, mas como?
Recriá-la é a solução.
Inventar que não tem coração,
que assim que apagar esse fogo
consumindo meu ser todo,
a paixão vai logo passar.
Temo por não descobrir,
e me recolho à minha rotina.
Pode ser que eu volte mais tarde...


(ouvindo "Cry me a River", Nina Simone)