Foto by Jennifer Glass

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

IML

Sopro de vida
Fatalidade
Somos frágeis
Bang bang bang bang
Escorre sangue
Turva o dia
Noite em claro
Esperando entender porque

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Blasé

Derrapo
nas farpas
que solta.
Perco a vez,
mas não
perco a calma.
Mostro
a cara
a tapa.
Seu desafeto
me encara,
balela!
Gira
a Terra,
coisas mudam.
Tudo ocorre
como deveria ser.

Enquanto nãos
e outrossim,
por enquanto,
tanto em mim
deseja.
Plena alma no palco,
que 'é sempre onde estou'*.

Maktub!
Como deveria ser...

*antropofagia da fala de Silvinha Werneck em Cacilda!!!, de Zé Celso.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Resposta

Perto de alcançar o desejo
Paralisa
Treme inteiro
Espera passar um mês e volta
Não importa quanto o queira
Agora é tudo ou nada
Foi dada a largada
A cada passo o passado fica para trás

Tanto faz o medo
Desconsiderado, a coragem é o que resta
Hoje é uma porta
Ontem era fresta
Toma desparalisol em gotas
E anda para frente
Enfrenta o desatino
Agora é tudo ou tudo

sábado, 18 de janeiro de 2014

Santo que Causa

Atira a pedra na janela
Quebra o vidro
Cacos espalham no chão

Enquanto isso um beija flor morre na gaiola

Passa o vento frio
pelo buraco
da janela quebrada

Remenda- saco plástico colado com durex

Nada tão grave
Que durepoxi e um pouco de cola
Não resolvam

Dissolve a esperança
Junto com o sal de frutas
Na água

Enterra o beija flor e arranja um novo vidro

Amanhã o sol nasce

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Santo de Casa(mente)iro

nem eu 
conheço
meu olho 
reflexo
disléxico
do que sonho
ser

tanto eu
como
você
incomensurável prazer
etéreo
inteiro

da cabeça
aos pés
partiu-se ao meio

desejo
pleno
gosto de céu
molhou
a hora
gasta

nada
passa
à toa
engole
a brasa
acesa

dos pés
à cabeça
embaça

o amor chega, bate na porta e fica lá, esperando respostas...

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Ins(Pirada)

Vou mentir 
para caber na rima.
Prefiro poesia perfeita...
Candelabro!
Me acabo 
em beleza
que soa
palavra.
Solta, não presa.
Seja sentido.
Alucina-se.
Atônita!
Assim continua rimando o amor,
mesmo se só for,
apaixonite aguda!

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

ABERTO

Andei meditando 
Tanto
Sobre o pressuposto
De sermos diferentes
Tantos e tão
No entanto
Queremos que outros
Sejam 
Iguais
Na ideia [Fixa] prolixa
Respeitamos
Nós 
Nossos
Posto que não respeitamos todos

Em desrespeito total
Descartamos
Mais que plástico
Ser humano
Animal fantástico
Descarta pele
Pelo, argumento
Descarta respeito

Sobra uma sombra
Crescente
Dentro



sábado, 4 de janeiro de 2014

(sobre uma conversa que ouvi na praia)

Da série Movimento Metamórfico Metafórico Mundo Afora: 

Você quebrou meu coração,
chorei.
Agora você chora
porque meu irmão quebrou sua cara.
A vida deixa cicatrizes...
Você me deu 
vontade de pular da ponte.
Eu te dei 17 pontos no supercílio,
duas costelas quebradas,
e um monte de hematomas.
Troca justa.
Só não venha me chamar de filha da puta,
nem difamar meu nome.
Você não é homem suficiente para encarar outro encontro com a família.
Depois não diga que não avisei!

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Poeminha de amor do dia primeiro

Vele o ciúme
Me leve na pele
Revele a cerne da carne
Encare a cara que te come
Devore
Demore
Melhor assim
Molhado
Caia seu olhar em mim
Pupilas gustativas
Gosto assim

Seu gosto sem fim