Foto by Jennifer Glass

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Afago

Não consigo separar as palavras ator e carinho. 
Carinho consigo, com os outros, com o texto, até mesmo com as diferenças. Uma peça só pulsa se construída carinhosamente. 
Tantas possibilidades e às vezes nada encaixa...
Se o carinho estiver esquecido, a auto estima se esvai. 
Difícil trabalhar em ambiente hostil.
(Muitos o são). 
Egos enormes escancarados e não adianta ter disciplina e prazer no fazer teatral.
Os diretores sempre tem os seus preferidos.
No meio hostil sempre é claro quais os são.
Os atores que tem carinho consigo não caem em armadilhas do ego.
Entregam o jogo, se entregam ao jogo!
Porque, afinal, o fazer teatral é o prazer maior! 
Raro ser premiado com um grupo livre de egos.
Obrigada, universo!
Por mostrar que nada se constrói sozinho, o teatro se constrói com amor e pulsação!!! 
Por mostrar que assim como as peças e as temporadas, tudo é efêmero!
A vida é efêmera, um sopro que jajá acaba.
Nada que se faça para ser o favorito vale a pena.
O que vale é estar em cena, pleno!
Alma, corpo, mente! 
Inteiros dentro da história a ser contada!
Mestra minha tia madrinha Aranha!
Me ensina o que é amor ao teatro!
Carinho, estar presente de fato, respeitar o espaço!
Pulso acelerado! 
Carinho por todos os meus colegas atores!
Luz nos nossos caminhos!
Muita cena para nós!!!!
Palco!
Merda!!! 

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"Eu uno minha mão à sua, eu uno meu coração ao seu, para que juntos possamos fazer, o que eu não quero, não posso e não vou fazer sozinho. Merda"

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Hightech

Viver é complicado e do outro lado do oceano é também. Não adianta iludir-se pensando que seria de outro se tudo é do jeito que é. Você é do jeito que é.  Afinal, somos tantos em um só e por mais centrados e ajuizados sempre acabamos tendo momentos de caos. Além disso tudo, ainda tem os outros com os quais nos relacionamos. E o cansaço que só aumenta ano após ano. Cheios de danos emocionais seguimos adiante e vamos vendo no que vai dar. Frustrações à parte, falta um pouco de generosidade. E gratidão também. Mas tudo bem, consigo entender a amargura. A vida é dura! Mas e daí? O importante é seguir. Sentir está demodê, então só se for escondido. Tem que aparentar ser blasé. Tem que enfiar o coração no cérebro. Calcular, programar, planejar. Nada de amar. Está demodê também. Ame só depois de comprar seu apartamento e conseguir estabilidade no emprego. Ame só depois de cansado do seu próprio bafo. Ame só depois de morto. Ou não ame! Continue juntando dinheiro e talvez amanheça rico um dia. Eu estou demodê. Acredito que amar faz bem pra vida. O pulso acelerado de quando toco sua pele me faz sentir viva. A vida é curta e não quero frear. Quero mais é acelerar. Amar. Morrer de amor se preciso for. Mas sentir que meu coração sou eu inteira, e não um órgão atrofiado preso no cérebro frio e calculista.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Miragem

Este amor
é um equívoco.
Nele fico,
meu vício.
Assumo
em mim
seu gosto...
Dilacera
coração
(congelado
em seu peito).
Meu sangue,
fervendo,
fica frio
ao tentar
reaquecê-lo.
Perde
o ponto
de ebulição.
Perco a linha.
Choro jogada no chão.
Demoro
a entender.

Lá fora o barulho é alto, e aqui dentro também...


sábado, 10 de maio de 2014

Mãe

Carrega
nove meses
para sempre.
Planta
semente
colhe
filho
-aquilo
que chama
amor!
Ensina
o ser
a ser.
Impossível
nascer
sem ela.
Mãe:
aquela
estrela
que sempre
brilha.
Ilumina
os caminhos.
Mesmo
sozinhos
estamos
juntos.
Gravada
eterna
no nosso DNA.

Seu Gosto Na Boca

Acabou a poesia
Procuro palavras mas não encontro
Gostava de como era antes
Seguir adiante
Não adianta entrar em pânico
O sentimento que sai 
Agora é outro
Encaro os fatos
E me afasto
Procuro o silêncio
Não acho
Seus lábios gelaram
Um beijo selou meu medo
Morro esperando um espaço
No seu coração empedrado
Se não, morro de desejo

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Palavra Errada

Não quero a sorte de um amor tranquilo. 
Quero abraços sinceros
e um pouco de vinho.
Quero poder me jogar.

Mas calma!
Dizer 'eu te amo'
causa o mesmo efeito
de um xingamento.

É chique agora ser aquilo que não expressa e que não tem pressa.

Mais que tranquilo:
pisa no freio,
senão não tem jeito
- aborta o amor,
esse excêntrico!

Ele veio na hora errada...
Estapafúrdia piada
sem cabimento.

sábado, 3 de maio de 2014

De Perto Somos Todos Doidos

Por entre o afeto,
correndo,
sedenta passo
passo a passo a seu lado.
Cada carinho
venal,
(matéria prima)
gota a gota
palpita.
Não há o que sacie 
a sede 
de ver-te.
Consome a noite,
a sorte.
Seu beijo demora
minha rima, meu âmago.
Devora-me não romântico.
Solta ando.
Saltando.
Querendo absorver-te todo.
Aos poucos...