Foto by Jennifer Glass

domingo, 19 de novembro de 2006

Sons de Sampa

Blen, blen, blen: badalam sinos.
Destinos se cruzam na Avenida Paulista.
Na pista poeira e marcas permanentes.
Furtos, freadas, cantadas, marretas, apitos, cigarros, amigos e gritos soam nas mentes.
Decentes senhoras assoam o nariz.
Almas abortadas vagam espiando as vitrines.
Celulares tocam.
Garfos caem, cai a chuva.
Trovoadas e raios rasgam o céu.
Prédios também.
Mais de cem pessoas amontoadas em cima embaixo de outras.
Barulho caótico.
Descargas alucinadas despejam detritos no esgoto.
Mil decibéis......
talvez sejam dez em momentos.
No Domingo silêncio.
Batucada no minhocão.
Triângulos, samplers, guitarras, alfaias, pianos, bateras...
tiros cruzam a periferia......
às vezes semáforos.
Sirenes tocam.
Al di Meola na vitrola.
E o saxofone do vizinho louco.
Já são três horas.
Cachorros latem.
Gatas no cio miam desesperadamente.
Famintos colocam-se em fila.
O som do sopão silenciando o som do estômago.
Milhões de fãs frenéticos gritam seus ídolos.
Aviões.
Caminhão do gás, da cândida, da pamonha, do pão...
trio elétrico.
Palco montado.
Montado o palco de Sampa.
Em cada espetáculo um som.

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