Foto by Jennifer Glass

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Final Feliz

Hoje acordei pensando em você... Seu rosto, seu cheiro, tudo que me faz inteiro e que amo. Tanta sensibilidade e talento! E apesar dos perigos que corro me jogo no precipício dos sem freios. Sem erro! Acertei quando reconheci em você parte 
de mim. E agora estou assim, cantante! Rumo às estrelas... Vejo tanta cumplicidade que chegam a ser esquisitas as voltas que o mundo deu para chegar nesse momento. Uma benção!!!
Queria escrever páginas e páginas sobre o que sinto, mas não consigo traduzir em palavras. Apenas gestos me restam, e te devolvo o carinho com o qual me envolve. 



Olhei em seus olhos por um momento, estavam atentos e pulsavam desejo. Desejo de conhecimento. Sem maiores pretensões. E, antes que paixões explodam, olhamos para dentro de nós decidindo sermos dois. Um par perfeito!!! E nenhuma diferença impede a sorte de acontecer. Uma coisa de cada vez. Mas se pensar em mim te alegra emociono-me com teus gestos. Inesperados. Ímpetos vividos, plenos lado a lado. Tuas mãos que acariciam meus cabelos, atendendo a apelos implícitos em meus olhos. Do teu lado me demoro. Devorar as suas notas. Não me importo que te vás, pois eu sei que sempre volta.
Vamos! Emaranhe-se em mim, embriague-se comigo, sejamos laços de afeto. Amado, amigo, amante, ídolo. Admiro!
Cada vez mais perto...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

BLOGS TOUR

Haverá sempre esquinas vazias

um copo pela metade
...
uma ligação perdida

louça suja sobre a pia

um pedido de desculpas não aceito

um beijo não dado

um adeus pelo telefone

e Deus na igreja ao lado.

Haverá sempre corações vazios

lágrimas a serem derramadas

sonhos não concretizados

amor pela pessoa errada

brigas do casal na mesa ao lado

noites mal dormidas

café frio na garrafa sobre a mesa

e bitucas de cigarro fora do cinzeiro.

Haverá sempre a hora certa de fugir

cartas inacabadas sobre a mesa do jantar

uma luz acesa pra quando você voltar

comprimidos para dormir

coisas pra dizer

alguém sentado no parapeito da janela

vislumbrando o nascer do sol


 e esperando o melhor momento pra voar.

(Alessandro "Robocop" Bartel)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Megalodrama

Sair do buraco parece difícil. Independe do tamanho do buraco, sempre quando está dentro dele aparenta ser um tanto maior. E, lá no fundo do buraco, surge a ridícula idéia de que não se sairá dele. Fator esse que agrava outro: o buraco é um local solitário. Falta tudo lá dentro, as vezes até falta o ar. Luz, nem pensar... Por isso sempre carrego comigo uma lanterna. Para quando a escuridão solitária do fundo do buraco me assombrar eu possa iluminar meu caminho para fora dele. Quanto mais fundo é o buraco mais difícil fica ver o caminho. Mas nada que um esforço não resolva. Existem pessoas que gostam de ficar estagnadas. Fervorosas na arte da autopiedade, até conseguem enxergar beleza na escuridão. Exaltam seu sofrimento como se fossem mártires por sofrerem. Só conseguem enxergar o próprio insalubre umbigo. Não se abale por isso. Carregue com você a sua lanterna. Empreste-a, mas não se esqueça de pegá-la de volta na despedida. 

terça-feira, 13 de março de 2012

Nascimento e Morte ou Sobre os Copos Descartáveis

'Não se preocupe. Sempre estaremos nos tropeçando (nós todos os tolos).' 
Palavras de minha tia avó Mildredes, tão certeiras. O coração tem quatro salas e nelas podemos abrigar todo o mundo. Muito, muito. Tudo! O meu esforço árduo, ouvir, guardar- aprendizado de três décadas, é ainda desafio. Porque mesmo quando não falo, vou lá e escrevo. 
A escrita... Dom que tenho e que me alegra demasiadamente possuí-lo. E que me coloca em situações embaraçosas. Sim, porque não existo sozinha, então tenho que escrever sobre o que sinto em relação aos outros. Mas preciso divulgar as palavras que se esvaem na ponta da caneta. É o meu trabalho. E, se você faz parte da minha história, muito bom! Porque só escrevo histórias que julgo importantes. Que me transformam e espero tocar o coração das pessoas. Torcendo sempre para que elas resultem na reflexão. Minha ou alheia. Não importa. Escrever foi a maneira que encontrei de libertar a angústia, e continuo gritando quando surge o grito. É o grito que só se ouve no mais profundo silêncio, quando o som da caneta preenchendo o papel com palavras é o único audível. O som da dor virando poesia, a beleza da poética. Então, se acaso algum dia eu escrever sobre você, alegre-se! Mesmo a mais feia atitude se transforma em bela quando expressada com amor. Amor! Mais amor!!! Muito amor! Desenganado amor! Não morre, imploro, por favor!! Não se transforme em nada. Não vire um copo descartável no qual toma-se um café e joga-se no lixo. Pelo menos recicle. Porque quando esse lixo degrada-se em uma das quatro salas, ele vira câncer. O melhor a fazer é separar para a reciclagem, e transformar o que já foi lixo em uma nova possibilidade de beleza. Uma nova forma do amor. 

terça-feira, 6 de março de 2012

Quando o que está submerso vem à tona

Ter palavras atravessadas na garganta é algo embaraçoso. Nunca se sabe como agir. Quando é preciso falar algo, mas se cala, as palavras vão envelhecendo e perdendo a validade. Apodrecem na traqueia e sentimos asco delas. Por qual motivo não se desprendem, atravessando a laringe, epiglote, passeando entre palato, língua e dentes, tocando os lábios e pairando no ar? Por que não saem? Eis uma explicação: essas palavras são daquelas pesadas. Não pairam no ar. Despencam ou são arremessadas. E, assim sendo, os escrupulosos preferem guardá-las apodrecendo em seu gogó.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

*Incognoscível

Você aí
com essa cara de mau
é só aparência.
Não deu para me amar,
paciência.
Só não entendi
porque tanta pressa
em se desfazer de mim.
Meu corpo permanece teu.
Imóvel.
À espera de um milagre...
Não quer que tudo acabe
e nem que seja breve.
Quero que me leve
a um lugar tranquilo.
Para que esqueça aquilo
que tanto incomoda.
O que será que te transforma?
Pretendo ser aquela
pela qual você não chora.
Embora eu me afogue em lágrimas
no final não tenho quase nada.
Cansada de amar em vão
não continuo o desmazelo comigo.
Tentemos ser amigos.
A química deixemos de lado
(para não causar mais estragos na minha ferida).
A vida segue, ardida,
mas num grau que eu aguento.
Nem tento ser outra:
a conta final tem saldo positivo...
Pelo menos eu tive contigo
um tombo memorável.
Um agradável estado estragado pelo passado. 
Passando o tempo se cura...
E esqueço as juras efêmeras,
excêntricas.
Inocentes sentidos sentidas tão cedo...
Errei quando não tive medo.
Para arrumar meu erro me retiro.
Arrumo as forças e sigo meus instintos.
Na volta me conserto...
O resto são lembranças
gravadas para sempre em mim.

*Incognoscível -que não se pode conhecer.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Prelúdio em Dó Maior

Então é isso.
Tudo difícil, você intranquilo.
A paixão não teve júbilo...
Meu estilo de amar é assim.
Mas por mim tudo bem,
é o que tem pra hoje...
Amanhã chega depressa no botequim.
Umas doses e te esqueço- pelo menos por enquanto.
Ou até o desencanto chegar...
Eu, no seu lugar, faria um samba.
Daqueles- prá machucar.
Mas como não sei cantar, vou com as palavras,
saltando de meus poros uma à uma, como a espuma das ondas do mar.
Não saber onde vai dar maltrata.
Mas também fortalece...
Creio que você se esquece do bem que faz chegar à algum lugar.
Por isso vim te lembrar!
Mágoa, mal, medo,
ainda é cedo para pensar nisso.
Mas já é hora de deixar o atraso para trás...
O que passou agora é passado.
Estando ou não ao seu lado serei sempre eu.
Sempre...
Não me interessa deslumbre,
ou motivos torpes.
Me interessa você!
Você, você!
Por isso nunca me esqueça...
Desfaçamos nós os nós dados.
Criemos laços.
Laços de amor.
Só assim conseguiremos...
Eternos em nosso interior.







Ouvindo "You know I'm no good", Amy Winehouse

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Para minha irmã

Maria
Quantas mulheres
Tão forte
É sorte ter laços de sangue contigo
Mais que uma amiga, a única forma de amar que conheço
Virgília
Séria que nem pedra, mas quente por dentro
Porque você na verdade é
O melhor presente que a vida me deu
Enquanto não está falta algo
Logo de cara percebo que é o amor verdadeiro
Meu amor por Marília
Companheira de artes e travessuras
Cúmplice
Sempre lá, mesmo ausente
Eternamente
Te amo, minha irmã!