Foto by Jennifer Glass

quarta-feira, 14 de março de 2012

Megalodrama

Sair do buraco parece difícil. Independe do tamanho do buraco, sempre quando está dentro dele aparenta ser um tanto maior. E, lá no fundo do buraco, surge a ridícula idéia de que não se sairá dele. Fator esse que agrava outro: o buraco é um local solitário. Falta tudo lá dentro, as vezes até falta o ar. Luz, nem pensar... Por isso sempre carrego comigo uma lanterna. Para quando a escuridão solitária do fundo do buraco me assombrar eu possa iluminar meu caminho para fora dele. Quanto mais fundo é o buraco mais difícil fica ver o caminho. Mas nada que um esforço não resolva. Existem pessoas que gostam de ficar estagnadas. Fervorosas na arte da autopiedade, até conseguem enxergar beleza na escuridão. Exaltam seu sofrimento como se fossem mártires por sofrerem. Só conseguem enxergar o próprio insalubre umbigo. Não se abale por isso. Carregue com você a sua lanterna. Empreste-a, mas não se esqueça de pegá-la de volta na despedida. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário