'Não se preocupe. Sempre estaremos nos tropeçando (nós todos os tolos).'
Palavras de minha tia avó Mildredes, tão certeiras. O coração tem quatro salas e nelas podemos abrigar todo o mundo. Muito, muito. Tudo! O meu esforço árduo, ouvir, guardar- aprendizado de três décadas, é ainda desafio. Porque mesmo quando não falo, vou lá e escrevo.
A escrita... Dom que tenho e que me alegra demasiadamente possuí-lo. E que me coloca em situações embaraçosas. Sim, porque não existo sozinha, então tenho que escrever sobre o que sinto em relação aos outros. Mas preciso divulgar as palavras que se esvaem na ponta da caneta. É o meu trabalho. E, se você faz parte da minha história, muito bom! Porque só escrevo histórias que julgo importantes. Que me transformam e espero tocar o coração das pessoas. Torcendo sempre para que elas resultem na reflexão. Minha ou alheia. Não importa. Escrever foi a maneira que encontrei de libertar a angústia, e continuo gritando quando surge o grito. É o grito que só se ouve no mais profundo silêncio, quando o som da caneta preenchendo o papel com palavras é o único audível. O som da dor virando poesia, a beleza da poética. Então, se acaso algum dia eu escrever sobre você, alegre-se! Mesmo a mais feia atitude se transforma em bela quando expressada com amor. Amor! Mais amor!!! Muito amor! Desenganado amor! Não morre, imploro, por favor!! Não se transforme em nada. Não vire um copo descartável no qual toma-se um café e joga-se no lixo. Pelo menos recicle. Porque quando esse lixo degrada-se em uma das quatro salas, ele vira câncer. O melhor a fazer é separar para a reciclagem, e transformar o que já foi lixo em uma nova possibilidade de beleza. Uma nova forma do amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário