Foto by Jennifer Glass

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Pássaro de fogo

Nesse céu voava um pássaro
cada vez mais alto
dava piruetas e caia
em queda livre livre.
Quase no chão 
batia as asas,
não morria. 
Lá de cima tudo era pequeno.
Irreconhecível
Voava alto, passarinho!
Deixava a dor de não se deixar tocar.
Nesse céu, em pleno voo
estava.
Não enxergava com clareza
mas se deixou enxergar.
"Ouve a melodia
Vê o dia beijar a noite
Coisa mais bela não há"
Pássaro de fogo
Porque se deixou aprisionar?
Sua beleza morreu.
O voo, antes livre,
agora consiste
em oito metros quadrados 
no viveiro do seu caçador
Pássaro de fogo não brilha mais...
Tenta escapar.
Um dia desatento
o caçador abriu um vitrô.
Pássaro de fogo escapou...
Caçador quis morrer.
Ama aquele pássaro
com todo seu poder.
Mas pássaro desaprendeu a voar sozinho.
Procurou seu ninho em vão.
Não foi muito longe,
não passou do portão.
Pensou que estava livre
e começou a cantar.
Ah, pássaro de fogo!
Porque foi chamar atenção de seu dono?
Agora te engaiolou de novo,
nem mais no viveiro podes ficar.
Na gaiola sozinho,
pássaro agora canta
a triste melodia
da lembrança de um dia
quando podia voar.

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